Ir dormir cedo demais, acordar de madrugada e perder o sono. Comprar maçã farinhenta. Perder o foco. Focar demais. Aquela coceira chata que sinto em uma veia, na perna. Atitudes egoístas. Me cortar enquanto cozinho. Dizer que este mês eu volto pra academia. Surtos de consumo. Perder em jogos. Refrigerante sem gás. Comida fria. A incrível vontade de dormir por três dias. Passar calor e não ter como se refrescar. O medo de amar. A preguiça de ler. A preguiça para lavar louça. Gente sem noção. O fato do meu prédio não fazer coleta de lixo. Sobretudo, a vontade de amar.
Tenho achado muita coisa. Mas também sinto que a ignorância é uma benção. Realmente.
Não se trata de reinvenção. É sobre se encontrar na autenticidade. É sobre roubar as botas da Biba e não sobre pintar o cabelo de vermelho. Sentir-se livre. Compreender que meu lar é onde eu quiser.
Você já almoçou com alguém que respira pela boca, enquanto come?
Isso com certeza quiça a minha ferida. Propostas injustas também. E gente sem noção.
Quer dizer. Eu mereço ser sem noção um pouco. A vida é boa, mas todo dia fica chato. Bom perder alguma coisa pra ver se fica diferente.
Tenho tido alguns surtos de consumo. No último deles decidi ser skatista. Sob diversas justificativas que fariam até o Papa levantar de seu leito. Sim, agora sou a Rayssa Leal do Centro de São Paulo. Para ficar mais parecido com uma atração de circo, fiz questão de comprar o menor skate que tinha. Enfim. A vida é boa, mas é preciso diferenciar. Metrô hoje, amanhã skate. Quem sabe uma bike? Que tal um par de patins?
Realmente. Não nasci para viver na mesmice.
Quer dizer.
Algumas coisas se arrastam por anos. Ninguém sabe o que aconteceu e é isso aí. Pensando assim se passam mais 8 anos. 16… Sei lá. Vício é bagulho brabo. E você pode se viciar em tudo, né! Que isso… Quer dizer. Vicia-se em café, em açúcar, em crack, em sensações que são incapazes de existir novamente. Em maconha! Cigarros… Nossa, eu poderia falar o dia inteiro.
E olha que eu nem tenho tantos vícios.